quinta-feira, 19 de abril de 2012

Aprendendo a aceitar

Estou tentando me conformar com o que não posso mudar, o que não posso impedir.
Porque existem coisas que simplesmente não estão em nossas mãos, tudo que podemos fazer é tentar entender, é tentar suportar, é tentar se conformar.
A vida passa muito depressa, e nesse percurso as vezes perdemos pessoas que amamos muitíssimo, e tudo o que nos resta são as lembranças.
Por isso, resolvi fazer o seguinte:
Vou aproveitar os momentos que a vida me dá com aqueles que amo.
Tentarei fazê-los ri, tentarei ser motivo de orgulho.
Vou ouvir com carinho tudo o que eles têm a dizer, e dizer o quão importante eles são.
Tentarei ser a melhor pessoa possível, para mostrar-lhes que me ensinaram bem.
Vou amar cada segundo que estiver com eles, para sorrir com as lembranças quando não estiverem mais aqui.

(Liliane Maganin)


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Aventuras de um novo dia


         A vida está em constante mudança e nem sempre os planos que fazemos para o futuro se concretizarão. Me dei conta disso quando parei para pensar em tantos planos que fiz em minha vida, mas por pegar um rumo diferente, tive de deixá-los para trás, porque já não faziam mais sentido.
         Ouvi inúmeras vezes que devemos viver um dia de cada vez, mas sempre achei essa máxima um completo absurdo. Como posso viver um dia de cada vez sem me preparar para o futuro? Sem fazer planos? Hoje já vejo um pouco mais de sentido nisso, não adianta ficar fazendo planos para daqui a vários anos, porque nem sei o que o amanhã me trará. Posso ter de me mudar de país, mudar de emprego, mudar de faculdade, posso não ter o que tenho hoje, ou ter muito mais do que tenho. Talvez eu simplesmente mude de objetivo.
         Não quero anarquizar os conceitos que aprendemos desde criança, mas, talvez realmente não adianta pensar tanto no futuro, porque futuro é uma coisa incerta e nossas escolhas são muito subjetivas.
É claro que devemos fazer planos, só acho que eles devem ser feitos para curto prazo, porque a vida sempre muda, e as vezes muda muito rápido.
         Quando se planeja muito, o tempo passa e sua vida pode dar uma super guinada, o momento de você realizar o que queria pode terminar, ou talvez você perceba que aquilo que planejava já não tem mais utilidade ou sentido.
         Se aprendi alguma coisa nessa vida, é que preciso viver mais o presente. Aproveitar cada segundo que estou vivendo, cada sorriso que recebo, cada gesto de carinho e respeito. Aproveitar a companhia de quem me faz bem, de quem eu amo, de quem eu gostaria que fosse eterno, mas que infelizmente não é.
Preciso acumular bons momentos, porque, se a vida permitir que eu esteja aqui para contar histórias aos meus netos, então quero ter muitas memórias e que todas sejam lindas. Mas se eu não tiver tanto tempo assim, quero ter aproveitado tudo que eu podia. Quero valorizar o que realmente tem valor, quero estar em paz comigo e viver as aventuras de um novo dia.

(Liliane Maganin)



terça-feira, 17 de abril de 2012

Quantas recordações

"Ter saudade não é querer ter tudo de volta. É apenas a sensação de ter idade pra ter saudade do que já passou simplesmente porque me fazia bem"

Tenho muita saudade da máquina de escrever. Bater nas teclas com força e ouvir o tec, tec, tec. No fim da linha empurrar o braço mecânico pra esquerda e começar de novo. A, S, D, F, G. A, S, D, F, G.

Tenho saudade do telefone de disco. Eu tinha uma prima que usava três dedos pra discar os seis números. Ela tinha unhas longuíssimas cobertas de esmalte vermelho e entre o indicador e o médio ainda segurava o cigarro. Elegantérrima. Tenho saudades do tempo em que fumar não era politicamente incorreto, apenas fazia mal pra saúde. E do cheiro do óleo bronzeador que também entrou na lista dos vilões sociais. Óleo de urucum, Rayito de Sol e outros menos cotados.

Tenho saudades da agenda de papel. Todos os telefones anotados com letra caprichada. Tenho saudade até de perder tempo passando a agenda a limpo quando a lista de amigos ficava maior que o número de páginas. Ou quando era preciso apagar alguns nomes. Nunca deletá-los.

Tenho saudade de fazer pipoca na panela. O milho estourava no óleo quente soltando aquele cheiro de sala de cinema. Poc, poc, poc. Também sinto falta do ovo batido em ponto de neve no braço. Sem parar pra não desandar a receita. E tenho saudade da vitrola, da agulha e do vinil girando em três rotações: 33, 46 e 78. Do chiado do velho LP, do drama de um disco arranhado.

Tenho saudade da manga espada, buraquinho aberto na casca pra beber o caldo. Da goiaba de vez colhida no pé, na primeira mordida vinha metade do bicho que morava lá dentro. E do morango suculento e com gosto de morango. Os morangos de hoje são lindos, mas não têm caldo nem sabor. Tenho saudade de esperar um mês inteiro pela próxima edição do meu gibi preferido e de colecionar figurinhas no álbum. Coladas com cola Tenaz. Cole e descole se for capaz.

E, acima de tudo, tenho saudade de esperar uma semana inteira pra que as fotos fossem reveladas. Ah, como eram bacanas as máquinas fotográficas não digitais e os rolos de filme rebobinados. Saudade de chamar as coisas de bacanas. Saudade de quando as lembranças não eram instantâneas.

Dito isso, devo confessar que não sou muito boa de memória. Esqueço nomes e fisionomias. Só decoro instantaneamente números e letras de música. E cheiros. E sons. E dores. Mas lembro-me destas últimas pela sensação que produziram, quase nunca pelos personagens que as provocaram. Hoje agradeço essa falha como um dom.

Tenho saudade do Neutrox amarelo, do pac man, da agenda Cassio, do Leite de Rosas, do sabonete Phebo, chiquérrimo. E ter saudade não é querer ter tudo isso de volta. É apenas a confortável sensação de ter idade pra ter saudade do que não está na moda, do que já passou, do que não existe mais e ainda assim era bom simplesmente porque me fazia bem. É ter experimentado todas as mudanças e ter aprovado algumas, detestado outras.

Tenho saudades do bom português, do romance bem escrito publicado em edição de capa dura. Dos políticos que tinham vergonha de serem tachados de corruptos, ainda que fossem. Dos eletrodomésticos que duravam tanto quanto um casamento, quase a vida inteira. De andar de carro com a janela aberta. Ter saudade é um privilégio. Minha memória não é lá muito boa, mas é sábia. Guarda com nitidez as delícias e arquiva os rancores em gavetas trancadas que eu nunca me lembro de abrir. 

(Ana Paula Padrão)


quarta-feira, 4 de abril de 2012

Flauta Mágica


Era uma vez um caçador que contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir alguma coisa que pudesse lhe facilitar o trabalho nas caçadas. Depois de alguns dias, o feiticeiro lhe entregou uma flauta mágica que, ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar.

Entusiasmado com o instrumento, o caçador organizou uma caçada, convidando dois outros amigos caçadores para a África.
Logo no primeiro dia de caçada, o grupo se deparou com um feroz tigre.
De imediato, o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre que já estava próximo de um de seus amigos, começou a dançar.
Foi fuzilado a queima roupa. Horas depois, um sobressalto.
A caravana foi atacada por um leopardo que saltava de uma árvore.
Ao som da flauta, contudo, o animal transformou-se, ficando manso dançou.
Os caçadores não hesitaram e mataram-no com vários tiros.
E foi assim, a flauta sendo tocada, animais ferozes dançando, caçadores matando.
Ao final do dia, o grupo encontrou pela frente, um leão faminto.
A Flauta soou, mas o leão não dançou.
Ao contrário, atacou um dos amigos do Caçador flautista, devorando-o.
Logo depois, devorou o segundo.
O tocador, desesperadamente, fazia soar as notas musicais, mas sem resultado algum.
O leão não dançava.
E enquanto tocava e tocava o caçador foi devorado.
Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam. Um deles “falou” com sabedoria: – Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem o surdinho.

Moral da História:

Não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo: Um dia podem falhar…
Tenha sempre planos de contingência.
Prepare alternativas para as situações imprevistas.
Preveja tudo que pode dar errado e prepare-se.
Esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir.

“Cuidado com os leões surdos”.




Copiado do Blog de Edson Marinho
Confira este e outros textos em
http://edsonmarinho.com/